bruxa menstruada
essas vozes que me gritam
“você não pode”
não vai viver, não vai sobreviver, não vai dizer, não vai gritar, não vai falar, só vai calar, rodar, rodar
por que insisto em ouvi-las¿
como se fosse minha a culpa
como se o vento que me soprasse nos ouvidos
não saísse dos graves hálitos famintos
pelo meu sangue derramado
vida ceifada
interrompida
calada
eu não tenho culpa por ouvi-las
eu as odeio profundamente
eu as odeio
odeio quando me dizem que não posso
não posso por quê¿
eu posso e eu vou
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